Quando o Estado Novo de Getúlio Vargas ainda flerta com o eixo nazifascista, a morte súbita e prematura do poeta Antônio Bruno abre uma vaga na Academia Brasileira de Letras. Quem prontamente se candidata é o coronel Sampaio Pereira, chefe da repressão política do regime e simpatizante do nazismo. Alarmados com a possibilidade de ver um inimigo da cultura ocupar a cadeira do boêmio, sedutor e gaiato Bruno, alguns veteranos acadêmicos articulam a anticandidatura de outro militar, de oposição, o general reformado Waldomiro Moreira. Misturando personagens fictícios a figuras históricas, Jorge Amado reconstitui de retornar à terra natal. É hora, pois, de Serginho dar as costas à sua Cataguases, cortada pelo rio Pomba, em cujas águas o autor parece ter se inspirado para construir uma prosa de fluxo forte intercalado por rápidos e iluminadores flashbacks. Em Portugal, o passar dos anos será demarcado com extrema sutileza pelo afloramento de uma plêiade de idiomatismos lusos na prosa interiorana de Serginho, revelando a mão segura e inventiva de um dos mais bem-sucedidos autores brasileiros contemporâneos. Luiz Ruffato nasceu em Cataguases, Minas Gerais, em 1961. Formado em comunicação pela Universidade Federal de Juiz de Fora, publicou vários livros, entre os quais a série Inferno provisório e o aclamado Eles eram muitos cavalos, que recebeu o prêmio apca e o Machado de Assis, da Biblioteca Nacional. neste romance de maturidade – escrito em 1979 -, o ambiente político e cultural dos tempos do Estado Novo, em especial no Rio de Janeiro. De vetustos eruditos a operários comunistas, de damas refinadas a sórdidos torturadores, os mais variados tipos sociais desfilam por estas páginas.
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