Escritos na metade do século I d.C., em formato epistolar, os dois
diálogos contidos neste volume foram provavelmente as únicas obras
latinas dedicadas a expor uma terapêutica para a superação da ira e para
o alcance de um estado de perene serenidade. Ambos exemplificam a concepção que Sêneca - preceptor de Nero e um dos
maiores filósofos da Antiguidade romana - tinha da filosofia: uma
disciplina prática, destinada não só a elevar a qualidade ética da vida
humana, mas sobretudo a promover um processo de ascese espiritual,
conforme a perspectiva afirmada pela doutrina estoica. Em função disso, a abordagem é minimamente teórica, sendo privilegiados
os recursos de uma linguagem retórico-literária exuberante, que visa
dispor o ouvinte ou leitor à transformação de seu estado de ânimo e à
busca de uma conduta moral permanentemente elevada. Leitura
indispensável para a manutenção da serenidade em tempos conturbados.

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