Nos dias de hoje, somos bombardeados por informações de todos os
lados. Como separar o que é importante e significativo do que é
supérfluo e descartável? Essa foi a intenção do sociólogo Zygmunt Bauman
ao ser convidado pela revista italiana La Repubblica delle Donne –
publicação de caráter cultural dirigida sobretudo ao público feminino – a
escrever cartas comentando aspectos do que o sociólogo chama de “mundo
líquido moderno”. Foram dois anos (de 2008 a 2009) em que Bauman escreveu
quinzenalmente para os leitores italianos sobre temas como iPod;
Twitter; Facebook; Barack Obama; cartões de crédito e gripe suína. Esse
livro apresenta uma seleção de 44 desses textos. Poucos eventos escapam ao olhar atento de Bauman, que apresenta
breves e brilhantes análises da vida contemporânea. Surpreende a
capacidade do sociólogo em descobrir significados sob atos aparentemente
simples – uma chamada ao celular, a exposição de uma foto no Facebook,
um outdoor, a lista de gastos do cartão de crédito. Todos esses fatos
que parecem casuais e desconectados se unem para reforçar a aflição do
homem no mundo líquido: buscar sua identidade. E o sociólogo faz um
alerta: apenas unidos poderemos combater os “males sociais”, optar pelo
individualismo seria o mesmo que nos preparar para nossa própria
biodegradação e reciclagem.

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