
O livro em questão examina o formato institucional híbrido da
assistência à saúde no Brasil, em que coexistem um sistema público e um
privado, com formas diferenciadas de acesso. A autora demonstra que tal
arranjo híbrido não foi, como algumas pesquisas anteriores indicam,
simples resultado de reformas e demandas privatizantes da década de 90,
mas resultou de mecanismos institucionais estabelecidos desde a década
de 60. A obra tem dois grandes méritos: é uma excelente sistematização
do conjunto de informações, até então dispersas ou não trabalhadas pelos
estudiosos, sobre o setor privado de saúde e revela uma radiografia
abrangente e precisa deste segmento. Além disso, foge da visão
simplificada e supera o formato descritivo dos estudos sobre o complexo
sistema de saúde no Brasil, visitando o passado para ajudar a
interpretar a natureza dual desse sistema.
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