Neste livro, proponho pensar como os cinemas brasileiro e
argentino contribuem para a disseminação de narrativas que estão imbricadas no
fazer histórico e político. Busco tratar os filmes brasileiros e argentinos que
elaboram e trabalham os respectivos períodos ditatoriais desses países, a fim
de, ao analisá-los, discutir os inter-relacionamentos do cinema sobre a
ditadura e as reescritas, rearticulações e dinâmicas das narrativas da nação
como socialidade. Tomo a noção de socialidade tal como abordada por Viveiros de
Castro (2002) em artigo dedicado a rastrear como a antropologia vem trabalhando
o conceito de sociedade. Contemporaneamente, a antropologia tem preferido negar
concepções essencialistas, passando a adotar a noção de socialidade: “À
sociedade como ordem (instintiva ou institucional) dotada de uma objetividade
de coisa, preferem-se noções como socialidade, que exprimiriam melhor o
processo intersubjetivamente constitutivo da vida social”.
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