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sábado, 24 de janeiro de 2015

Matteo Guarnaccia - Provos: Amsterdam E O Nascimento Da Contracultura














A atividade do movimento Provo foi centrada em jogo, magia e anarquia. Seus integrantes, agitadores, se reuniram num lugar chamado “Centro Mágico”, em Amsterdam, para celebrar ritos coletivos contra o fetiche da sociedade consumista. Herdeiros do dadaísmo e da tradição anarco-comunista, os Provos inauguraram novos formatos de ação política e de luta ecológica, e deram nova dimensão à idéia de desobediência civil. A partir daí surgiu um tipo de comportamento que passamos a chamar de Contracultura e se desenvolveu a idéia de que a subversão funcionava melhor quando misturada com humor inesperado. O exemplo dos Provos antecipou e inspirou os diversos movimentos de contestação jovem nos anos 1960, inclusive a esquerda hippie norte-americana e os manifestantes do maio de 68 na França. Suas atitudes e atividades eram provocativas e absolutamente anticonvencionais: alguns resolveram usar uma broca de dentista para abrir um buraco no próprio crânio e assim expandir a consciência. Outros inventaram a Igreja da Dependência Consciente da Nicotina, onde dezenas de fiéis entoavam o mantra: "Cof cof cof cof". As tradicionais estátuas da cidade foram pintadas de branco. Os cabelos cresceram. E alguém teve a idéia de espalhar bicicletas brancas pela cidade. Bicicletas sem dono, que ficavam à disposição de quem quisesse usá-las, no momento em que lhe interessasse. Assim, eles se tornaram referência para os movimentos de contestação jovem e transformam Amsterdam na Meca da juventude dos anos 1960 e 1970. Este livro é a história de um grupo de jovens que inventou o espírito de sua época.

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