O que os antropólogos podem fazer da literatura e o que a literatura pode fazer da antropologia? Os textos deste dossiê refletem sobre esta questão, seja evocando-a diretamente, seja trazendo análises nas quais antropologia e literatura se entretecem e se complementam em seus recursos analíticos e problemas teóricos. Não se trata de contrapor os dois campos disciplinares para melhor delinear suas fronteiras, ou de aplicar uma forma descritiva sobre a outra, usando-a como fonte documental (o que também seria reforçar fronteiras). O que esta coletânea pretende explorar, ao contrário, são as próprias zonas fronteiriças. Sem se fixar nos parâmetros que, ao longo da História, vieram sedimentando um e outro campo disciplinar, adentram-se aqui questões partilhadas por ambas desde há muito, tais como a da distância entre experiência sensível e registro escrito; entre gêneros narrativos tidos como diversos (de acordo com suas formas narrativas e seus objetos legítimos de descrição); e entre oposições supostas entre forma e conteúdo, ficção e não-ficção, erudito e popular, real e imaginário, e daí por diante.
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