É um estudo comparativo de dois períodos em que, no século XX, o Estado
brasileiro se apresentou explicitamente à sociedade como autoritário: o
Estado Novo, de 1937 a 1945 e o regime militar pós-1964, particularmente
durante a vigência do Ato Institucional n° 5, entre 1969 e 1978,
através das suas relações com a música popular. O autor analisa a
censura estatal à música popular brasileira, demonstrando que, em sua
relação com a indústria fonográfica e de espetáculos, com os cantores e
compositores e com o público ouvinte, o Estado Novo foi capaz de cooptar
o mundo musical com o objetivo de transformá-lo em porta-voz de seu
projeto de um “Brasil Novo”, enquanto ao regime militar coube lançar mão
da violência da coerção, com o objetivo de silenciar qualquer músico
que pudesse representar um obstáculo a seus objetivos políticos. Entre
os elementos inovadores de “Sinal fechado”, vale destacar a discussão
sobre a sigla MPB, durante a ditadura militar, que é vista pelo autor
não simplesmente como abreviatura da expressão música popular
brasileira, mas como uma espécie de “movimento” de resistência cultural
ao regime, em torno do qual se agrupou (ainda que não necessariamente de
forma intencional e programática) uma quantidade expressiva de
compositores, cantores e músicos e também parte significativa de seus
públicos. Neste sentido, o “movimento” MPB não definiria nenhum ritmo,
nenhum estilo musical em particular e nem sequer uma temática
específica, mas uma vontade de jogar “no campo do adversário”, como
dizia o compositor e cantor Gonzaguinha na música “Geraldinos e
Arquibaldos”, de 1975.
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