Este livro, resultado de um trabalho académico que deu origem à minha tese de doutoramento, é assinado por um jornalista que busca inspiração na amalgamagem de Ruellan e que, ao mesmo tempo, procura um escudo protetor para o jornalismo. Como muitos, também luto pela preservação do jornalismo, a nobre profissão que escolhi há quase três décadas. Em 1984, quando cheguei à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e ao curso de Comunicação Social, o número de licenciados na área, entretanto chegados à profissão, era limitado. As pequenas fornadas que, anualmente, terminavam o curso eram recebidas com a resistência de alguns tarimbeiros, formados na cultura cerrada da redação. De facto, um muro alto separava a redação da universidade; vivíamos em mundos paralelos. Quando terminei a licenciatura e entrei na redação cruzei a fronteira e sentei-me ao lado dos tarimbeiros, bebi-lhes a experiência. O tempo obrigou-me a omitir a academia, tornando cada vez mais difusa a memória da passagem. Éramos assim empurrados para a desacademização – forçada para uns, aceite sem resistências pela maioria; todos confrontados com a euforia do primeiro emprego, o avesso da universidade. Cresci profissionalmente procurando pontes com o que tinha trazido da Faculdade; quando as encontrava tentava dar-lhes um uso.
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