Neste apaixonante apelo à consciência, as sociedades em que vivemos são
viradas de cabeça para baixo, em uma análise que articula conhecimentos
dos múltiplos campos da história, da psicanálise, da filosofia, da
sociologia e das artes, dissecando a violência inerente à globalização,
ao capitalismo, ao fundamentalismo e à própria linguagem. Para Žižek, é preciso perceber os contornos dos cenários que engendram
tais explosões. “Os sinais mais evidentes de violência que nos vêm à
mente são atos de crime e terror, confrontos civis, conflitos
internacionais. Mas devemos aprender a dar um passo para trás, a
desembaraçar-nos do engodo fascinante dessa violência ‘subjetiva’
diretamente visível, exercida por um agente claramente identificável”,
provoca. Nesse sentido, em vez de confrontar diretamente a violência, este livro
propõe seis visões laterais sobre ela. Há razões, segundo Žižek, para
abordá-la assim obliquamente: “a alta potência do horror diante dos atos
violentos e a empatia com as vítimas funcionam inexoravelmente como um
engodo que nos impede de pensar”. Em breves e provocativos ensaios,
Žižek lança novas bases para a reflexão acerca do fenômeno moderno da
violência e da sua irrupção aparentemente irracional, afirmando-se como
um dos mais eruditos, incendiários (e baderneiros) pensadores radicais
de nosso tempo.
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