Uma das primeiras obras “realistas” de
Eça de Queirós, escrita logo após o “Crime do Padre Amaro”, entre 1877 e
1878, quando o próprio era cônsul em Newcastle, Inglaterra; no entanto,
só em 1980, mais de 100 anos depois de ter sido escrita, é que esta
obra teve a sua primeira publicação, altura em que deixou de estar na
posse dos herdeiros e passou a pertencer ao domínio público. Com a obra completa, mas não revista
para publicação (o manuscrito original apresentava pequenas incoerências
narrativas e palavras omissas), não se sabe ao certo porque é que Eça,
depois de ter delineado a história, a tenha posto de parte. Muitos
especulam que a ideia narrativa por detrás da “Tragédia da Rua das
Flores” tenha crescido e motivado Eça a escrever “obras maiores” a
partir do que já escrevera. De facto “A Tragédia da Rua das Flores” tem
muitos elementos narrativos, cenas, diálogos, situações e até nomes de
personagens que aparecem em “Os Maias” e ainda uns outros em “O Primo
Basílio”; o que leva muitos críticos literários a olhar para esta obra
como apenas um esboço, ou um estudo literário de Eça, razão pela qual o
autor nunca a considerou para publicação.
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