Ragnarök, em islandês antigo, significa “crepúsculo dos
deuses”, ou ainda, “julgamento dos deuses”. Ambas as acepções estão
contidas nas sagas mitológicas germânicas e escandinavas compiladas a
partir do século XIII. Para os antigos nórdicos, o fim dos deuses era
também o fim dos tempos, comparável ao Juízo Final dos cristãos, com a
importante diferença de que não havia esperanças de uma vida
além-túmulo: após o colapso do Valhall - o suntuoso palácio das
divindades -, o universo se transformará para sempre num lugar escuro,
árido e desabitado. Neste livro híbrido entre mitologia e autobiografia, A. S. Byatt
recupera algumas das mais importantes histórias sobre a gênese e o fim
do mundo segundo os povos bárbaros - vikings, islandeses, germanos - que
habitaram o norte da Europa até sua cristianização. Encantada desde a
infância por deuses como Odin, Frigg, Loki e Thor, a autora de Possessão
(romance vencedor do Man Booker Prize de 1990) reconta suas aventuras
em meio a gigantes, elfos, lobos e serpentes monstruosas; paralelamente,
Byatt rememora suas próprias experiências durante a primeira leitura
das narrativas de que esses seres fantásticos são protagonistas. Ostentando poderes prodigiosos, equiparados às forças incontroláveis da
natureza, mas também às fragilidades mais típicas dos homens, as
divindades do panteão nórdico provocam seu próprio fim com suas paixões
imprudentes. Trata-se de um eloquente eco das catástrofes humanas e
naturais anunciadas pela atual degradação ambiental e pela escalada dos
conflitos bélicos.
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