Oscar Wilde viveu 46 anos para o prazer. Conheceu a glória e a
decadência. Orador brilhante, poeta e dramaturgo de sucesso, seu único
romance, O retrato de Dorian Gray (1890), é uma obra sublime sobre a
corrupção da alma. Dândi por excelência, seus cabelos escuros divididos
ao meio, o paletó de veludo, a bengala e os sapatos de verniz se
tornaram sua marca registrada. Arguto observador da burguesia, lapidou alguns dos mais espirituosos
aforismos da língua inglesa. A condenação por atentado ao pudor foi um
golpe em sua vida. Os dois anos passados na prisão, que deram origem ao
De profundis, arrasaram sua saúde. Falido, repelido pela mulher e por
Bosie, seu amante, Wilde sucumbiu. Só lhe restou a glória literária.
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