O presente trabalho tem como principal objetivo estudar a participação
do negro na publicidade brasileira entre os anos de 1985 e 2005,
buscando não apenas mensurar sua presença nos anúncios desse período,
mas também identificar e analisar os estereótipos mais comuns sob os
quais aparece representado. A hipótese que buscamos comprovar é a de que
a imagem do negro na publicidade do final do século XX e início do
século XXI é baseada em representações pejorativas e subalternizantes
construídas socialmente ainda no século XIX. Para tanto, iniciamos nossa
dissertação examinando o surgimento do pensamento racista no Brasil
(por volta de 1850) e sua conseqüente materialização em projetos
políticos conservadores e eugenistas que tinham como meta a constituição
de um país branco. Num segundo momento, procuramos trabalhar com a
influência desse pensamento na produção cultural oitocentista com
especial atenção à literatura, à imprensa escrita e aos anúncios de
jornal discutindo também os modos de consolidação e perpetuação dos
estereótipos no transcorrer do século XX. O passo seguinte consistiu na
análise das imagens que compõe nossa amostra, buscando apontar rupturas e
permanências tanto em relação ao passado oitocentista como dentro do
balizamento proposto. A escolha do período indicado (1985-2005) deu-se
em razão de sua importância no contexto da luta anti-racista, e nossa
amostra teve como fonte documental a revista Veja, tendo em vista a
relevância da publicação e também o grande valor que certas pesquisas
conferem à publicidade veiculada em revistas. Por fim, convém esclarecer
que o foco na publicidade deve-se à importância desse segmento no
universo dos meios de comunicação, seja como esteio financeiro, seja
como vetor de idéias e comportamentos.
Baixe o arquivo no formato PDF aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário