Quais as doenças que afligiam índios e europeus nos primeiros séculos do
Brasil? Como os nativos se defendiam de males até então desconhecidos
por eles, como gripe e sarampo? A pesquisadora e médica Cristina Gurgel
nos mostra um capítulo importante da História do Brasil, o encontro (e
desencontro) de duas culturas sob a ótica das doenças e dos males que
afetaram seus habitantes. Ao contrário do que se propaga, a autora
defende a ideia de que os princípios terapêuticos básicos da medicina
indígena e europeia tinham muito em comum. Ambos os povos possuíam uma
concepção da doença como uma invasora, sendo, portanto, necessário
forçar sua saída do organismo. Para que isso ocorresse, empregavam-se
cerimônias e substâncias que diferiram conforme a cultura e a
disponibilidade e qualidade de matérias-primas medicamentosas. Valiam-se
igualmente de rezas, vomitórios, purgantes e sangrias. Assim, quando
ambas as medicinas - europeia e indígena - se uniram, não houve um
grande choque cultural, mas uma complementação, que fez surgir a
autêntica medicina popular brasileira. Repleto de imagens e boxes
explicativos, Doenças e curas é imperdível para quem quer conhecer
melhor o início - doloroso - da nossa História.
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