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terça-feira, 14 de julho de 2015

Fabiana Valdoski Ribeiro - A Produção Do Lugar Na Periferia Da Metrópole Paulistana














A problemática urbana sobre a qual nos debruçamos na presente pesquisa referese aos processos de degradação da vida dos habitantes da metrópole, não apenas material, mas, sobretudo, resultante do empobrecimento das possibilidades de apropriação dos lugares da cidade. Tal apropriação se reduz, dialeticamente, pelas estratégias de dominação do espaço, que impõem normas ao uso do espaço pelos habitantes como condição necessária a um espaço produto, condição e meio da acumulação capitalista. Todavia, a normatização da vida pelo regramento do uso do espaço não se realiza sem conflitos. A população urbana, nos momentos da vida cotidiana, transgride-a constantemente como meio de sobrevivência a uma cidade produzida sob a égide capitalista, que possui como centro a acumulação do capital, em detrimento da reprodução da vida. É nesta perspectiva de desvendar as estratégias de normatização do uso e as transgressões diante o processo de dominação do espaço que a pesquisa se insere, tratando de compreender a produção de um lugar na metrópole paulistana, que se apresenta contraditoriamente como um espaço de normatização e transgressão na medida em que se constituiu como uma centralidade na periferia. Esta reflexão se construiu a partir do conhecimento dos sujeitos que produziram o espaço da Favela Monte Azul - zona sul do município de São Paulo - destacando as ações de uma organização não governamental chamada Associação Comunidade Monte Azul, por entender seu papel de destaque na produção da singularidade desta favela diante as demais da metrópole. Para tanto, analisamos as bases de sua matriz discursiva, as estratégias e ações e, principalmente, as articulações entre os sujeitos existentes na favela por meio do processo de \"urbanização da favela\" e das atividades culturais - teatro. A hipótese orientadora da pesquisa fundamenta-se, portanto, na idéia de uma urbanização que aprofunda a degradação da vida, produzindo tensões e conflitos ainda mais violentos que podem impedir a reprodução das relações de produção, levantando \"barreiras\" ao processo de acumulação. Para não interromper o ciclo, uma das estratégias utilizadas é a dominação do espaço pela territorialização de instituições na periferia, que levam a cabo as normas elaboradas pela ordem distante (Estado/empresas privadas). Estas instituições, como as organizações não governamentais, tentam diluir as formas de organização e participação popular conforme introduzem a população às normas da cotidianeidade, isto é, às normatizações do uso através da legitimidade dada pela forma da propriedade e gestão dos serviços prestados. Contudo, essas mesmas instituições, na medida em que \"absorvem\" os conflitos, encontram-se em uma crise de sua própria reprodução.

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