O 'povo', na Europa, é invenção do fim do século XVIII, e sua maior
voga, em conexão com projetos nacionais, data do século XIX. Escrito no
momento em que a esquerda, descobrindo Gramsci, redescobria uma 'cultura
popular' - ligada, desta feita, a projetos socialistas -, o livro de
Peter Burke sobre o início da Europa moderna é de uma atualidade
surpreendente. Coloca com acuidade os problemas conceituais, o contexto
político e as dificuldades metodológicas de qualquer estudo deste
gênero, que tem de paliar a ausência de testemunhos diretos com
abordagens oblíquas.
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