O livro procura discutir em que medida a recente interiorização
do processo de urbanização no Brasil, com a formação e consolidação de
várias cidades de porte médio, teve relação com a desconcentração
espacial das atividades industriais na década compreendida entre 1995 e
2005, e que ainda está em curso. No estudo, o autor parte da constatação de que a desconcentração
espacial das atividades industriais ocorrida entre meados 1960 até os
anos 1980 diferencia-se da atual. Naquela, o governo federal teve papel
decisivo no processo, inclusive criando economias em áreas distantes do
centro dinâmico do país e orientando novos investimentos. Já a recente
redistribuição é muito mais "espontânea", isto é, menos condicionada por
ações diretas do governo, embora ainda esteja sujeita a injunções
normativas e técnicas do Estado. O trabalho, porém, alerta para o fato de que a desconcentração das
atividades do grupo industrial tradicional tem sido mais ampla que a do
grupo industrial tecnológico, cuja preferência continua se restringindo
ao Centro-Sul. De outro lado, as atividades de comando empresarial
centralizaram-se ainda mais em espaços já consolidados ou em vias de
consolidação.
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