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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

José De Souza Martins - Sobre O Modo Capitalista De Pensar














Os quatro estudos reunidos neste pequeno livro podem ser classificados na área da sociologia do conhecimento. Embora os três primeiros sejam trabalhos de divulgação, estão marcados pela mesma preocupação que articula o último: a de valorizar uma das diretrizes mais profícuas do conhecimento sociológico, aquela que mostra o vínculo da prática e do saber no processo histórico. Entendo que o modo capitalista de produção, na sua acepção clássica, é também modo capitalista de pensar e deste não se separa. É verdade que essa ideia está dispersa nos textos de Marx e que tal conceito não chegou a ser formulado por ele. Surge aqui ainda de forma difusa, mais como premissa destes textos, resultado da minha própria leitura das suas obras sempre ricas e estimulantes. Estou desenvolvendo essa noção em outros trabalhos, para que amadureça devidamente. O modo capitalista de pensar, enquanto modo de produção de ideias, marca tanto o senso comum quanto o conhecimento científico. Define a produção das diferentes modalidades de ideias necessárias à produção das mercadorias nas condições da exploração capitalista, da coisificação das relações sociais e da desumanização do homem. Não se refere estritamente ao modo como pensa o capitalista, mas ao modo de pensar necessário à reprodução do capitalismo, à reelaboração das suas bases de sustentação — ideológicas e sociais. O modo capitalista de pensar também está minado, não obstante, pelas contradições do capitalismo, fato que se reflete nas suas ambiguidades e dilemas. É o que leva para o conhecimento de senso comum e para o conhecimento científico as tensões do capitalismo, expressas nas diferenciações ideológicas e de tendências dentro da mesma formação social. É o que leva, enfim, o capitalismo para o pensamento de outras classes, como a pequena burguesia, o proletariado, os proprietários de terra. O modo capitalista de pensar é a mediação necessária na produção e reprodução em crise da alienação que subjuga quem não é capitalista, invertendo o sentido do mundo e dando uma direção conservadora e reacionária à ação que deveria construir a sociedade transformada, desvinculando e contrapondo entre si o saber e a prática.

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