
O padre cearense Cícero Romão Batista (1844-1934) foi acusado de
proclamar falsos milagres e acabou excomungado pelo Vaticano. Banido
pela Igreja, fez da política um novo sacerdócio. Elegeu-se prefeito,
vice-governador e deputado federal. À frente de um exército de jagunços e
cangaceiros, apoiou uma revolução armada que derrubou um governo
constitucionalmente eleito. Depois, concedeu a patente de capitão a
Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, para que o cangaceiro
enfrentasse a Coluna Prestes em sua passagem pelo Nordeste. Diante de
tamanha massa de devotos – e do avanço das igrejas evangélicas no Brasil
-, o Vaticano estuda agora a reabilitação canônica post-mortem do
sacerdote, anistiando-lhe de todas as penas que lhe foram impostas em
vida pela Inquisição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário