Em A Odisséia de Penélope, Margaret Atwood subverte a narrativa
original, centrada em Odisseu e suas peripécias ao longo dos vinte anos
em que esteve ausente de Ítaca. A esposa Penélope, personagem
emblemática da fidelidade e da obediência feminina, passa a ocupar o
centro da história e a reconta de seu ponto de vista. Dona de uma
astúcia comparável à de Odisseu, ela se vale de inúmeros expedientes
para sobreviver com dignidade enquanto o marido não retorna. Mas seus
pensamentos, desejos e paixões nem sempre são os mais apropriados a uma
casta rainha. Para recontar o episódio, Margaret Atwood usou várias
fontes – já que a Odisséia de Homero não é a única versão da história -,
e criou uma obra ao mesmo tempo muito bem-humorada e reflexiva.
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