Como definir o ser? Essa foi a pergunta que Graça Aranha, em sua Estética da vida, fez a si mesmo e a seus leitores. “Restrinjamos”, continuou o autor, “a nossa impossibilidade a este axioma: o ser é o ser. É a substância com os fenômenos e só nós o conhecemos pelos fenômenos”. Ainda na mesma obra, o autor de Canaã disse que “em cada povo há um traço característico que, embora enigmático, é persistente, vem do passado e será o mesmo no futuro”. Nessas duas passagens, Aranha definiu a identidade ontológica nacional, aquele traço que perpassaria todos os tempos e se manteria intocável na identidade do povo. Por outro lado, seu axioma tautológico, de que o ser era o ser, evocava o próprio ser como enigma e impossibilidade. Perguntamos: articular temporalidade, ontologia e nação não seria problematizar a identidade nacional em seu fenômeno, o que evoca (e provoca), no discurso da nação, suas dimensões temporais mais radicais? Eis o problema que rege o presente livro.
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