A pergunta por aquilo que define a poesia da prosa não
é ocupação bizantina de uma crítica
literária com mania taxonômica, vocacionada para
Instituto de Pesos e Medidas, nem ingenuidade bruta de algum Monsieur
Jourdain redivivo. Por mais que a moderna ruptura de gêneros
tenha fermentado uma criativa confusão em torno do assunto,
poesia e prosa são conceitos que ainda ordenam nosso repertório
de leituras, orientam nossas escolhas, armam ou desarmam nossas
expectativas. Mas falar de prosa e poesia como noções
estanques e essencializadas, enobrecidas pela antiguidade do uso,
não se sustenta. Uma contínua revisão crítica
faz-se necessária.

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