Atualmente há quase um consenso a respeito dos problemas que o chamado
império norte-americano vem causando ao planeta. Do escritor Gore Vidal
aos fundamentalistas muçulmanos, de Noam Chomsky a bandas de rock e
cineastas, até o mais famoso anti-Bush, o escritor e documentarista
Michael Moore, o mundo desconfia daquele país que se autoproclamou o
paraíso da democracia e da liberdade. Assim, não é difícil entender a
importância do álbum América, de Robert Crumb. Crumb é um ácido
crítico do estilo norte-americano de viver. E isso desde os anos 60. A
maioria de seus trabalhos na revista Zap Comix, ou em personagens como
Fritz, The Cat e Mr. Natural, sempre teve como alvo principal os EUA,
num típico caso de amor e ódio. América é uma antologia que reúne
histórias escritas e desenhadas por Crumb entre 1970 e 1997. Mostra a
evolução das opiniões do autor sobre os EUA. Opiniões que, aos poucos,
se tornaram desencanto, levando-o a se mudar para uma fazenda no
interior da França. Mais que um álbum engraçado e desafiador,
América é um documento histórico: mostra os lados ocultos da sociedade
de consumo, os heróis e ideologias que se perderam, a situação em que
ficou a mente do cidadão de classe média norte-americano: vagando entre
sentimento de culpa, autopiedade, cinismo e hedonismo. Podemos ver
claramente as coisas que mudaram e que permaneceram as mesmas na América
e no mundo ao longo de 30 anos.
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