Como a praticamos hoje, a domesticação dos animais atesta também em muitos aspectos uma genuína deterioração moral, pois, longe de melhorar os animais, nós os enfeiamos, vilipendiamos e corrompemos. Nós poderíamos, é verdade, aumentar no animal tanta qualidade de força, de habilidade, de faro, de velocidade de corrida, mas em nosso papel de carnívoros, nós tivemos a preocupação principal de aumentar as massas de carne e gordura que andam em quatro patas, de produzir armazéns de carne ambulante que se movem com dificuldade do esterco ao abatedouro. Podemos dizer sinceramente que o porco é melhor que o javali ou a medrosa ovelha que o intrépido muflão? A grande arte dos criadores é a de castrar suas feras ou de obter híbridos que não podem se reproduzir. Eles treinam cavalos “por meio de morso, chicote e esporas” e depois se queixam que não encontram sua iniciativa intelectual. Mesmo quando domesticaram os animais sob as melhores condições, eles diminuíram sua força de resistência à doença, sua capacidade de adaptação a novos meios, fazendo deles seres artificiais, incapazes de viver espontaneamente na natureza livre.
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