Vários países da região latino-americana, principalmente aqueles maiores como Brasil, México e Argentina, buscaram institucionalizar as atividades científicas desde as primeiras décadas do século 20. Além de consolidar os espaços de realização da pesquisa científica propriamente, alguns destes países estabeleceram instituições do tipo de academias de ciências, ou semelhantes, com o objetivo de fomentar a pesquisa e obter alguma influência na estrutura de poder. No Brasil, após várias tentativas, em 1951 criou-se o Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), inspirado nas formas institucionais do Canadá, Estados Unidos e França. “Fruto das articulações da comunidade científica e de um movimento interno das Forças Armadas”, o CNPq tinha como objetivos promover e estimular o desenvolvimento da investigação científica e tecnológica — através da concessão de recursos para pesquisa, formação de pesquisadores e técnicos, cooperação com as universidades brasileiras e intercâmbio com instituições estrangeiras — e a responsabilidade sobre todas as atividades referentes ao manejo dos minérios radioativos e ao aproveitamento da energia atômica no país. Esta duplicidade de funções não demorou a causar problemas internos de funcionamento do conselho que, somados aos conflitos entre CNPq e Governo em temas de política energética, levou à criação da Comissão Nacional de Energia Nuclear em 1956. Apesar dos esforços do CNPq para se fortalecer como organismo nacional da política de C&T, depois de ‘perder’ o tema nuclear o Conselho entrou numa fase crítica, de esvaziamento político: por um lado, seus recursos foram decrescendo paulatinamente até início da década de 1960, e, por outro lado, suas ações não tiveram impacto na política nacional.
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