Mais uma vez um vendaval estonteia o “anjo da história”, na acepção que a expressão recebeu de Walter Benjamin em alegoria ao quadro de Paul Klee intitulado Angelus Novus. Nas últimas décadas, o vendaval do “progresso”, numa nova ofensiva contra o trabalho, afrontou conquistas construídas a duras penas em anos de lutas dos trabalhadores. Por certo não se poderiam prever as consequências que trariam os processos de reconversão produtiva que se iniciaram em 1970 ou a queda do socialismo real no final dos anos 1980, mas esses eventos prenunciavam tempos sombrios. O processo de reestruturação empresarial intensificou a exploração do trabalho e a derrocada da União Soviética foi traduzida como a vitória definitiva do capitalismo. Nesse contexto, o que restou aos trabalhadores e o que coube aos sociólogos do trabalho? Todos foram postos em estado de perplexidade. Passado o susto, foi preciso se reerguer das ruínas. Agora, pode-se dizer que, apesar dos muitos dramas sociais enfrentados, a classe trabalhadora tem buscado novas saídas. Igualmente, os sociólogos do trabalho, a despeito das dificuldades de construção de sínteses explicativas, esforçam-se em compreender as metamorfoses do trabalho.
Baixe o arquivo no formato PDF aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário