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domingo, 13 de março de 2016

Regina Abreu - A Fabricação Do Imortal














Os estudos antropológicos feitos a partir da análise de objetos, a outrora chamada "cultura material", vêm sendo recuperados sob novas ênfases nos quadros internacionais da disciplina. Relacionada a essa retomada está a percepção acurada do significado das instituições que se constituíram como destinadas à guarda, tratamento e exposição de objetos, os museus. Tal consciência, articulada muitas vezes a problemas como os de formação de comunidades políticas nacionais, de memórias coletivas, da constituição de segmentos sociais determinados, ou ao estudo da história da antropologia, é ainda incipiente no Brasil.O belo livro de Regina Abreu é um exemplo notável das possibilidades e relevância de estudos que tenham como ponto de partida materiais depositados em acervos museológicos na qualidade de coleções. Gerado a partir de uma dissertação de mestrado em antropologia social (Sangue, Nobreza e Política no Templo dos Imortais: Um Estudo Antropológico da Coleção Miguel Calmon no Museu Histórico Nacional, PPGAS/Museu Nacional, 1990), e tendo se beneficiado da revisão feita a partir de um estágio no Centre de Sociologie de l´Éducation et de la Culture da École des Hautes Études en Sciences Sociales (1994-95), o trabalho é profusamente ilustrado, tanto por fotografias integrantes do material estudado - elas mesmas documentos abordados no livro -, quanto por fotos dos objetos investigados, o que contribui sobremodo para introduzir o leitor em dimensões visuais pouco demonstráveis de modo escrito. A autora - hoje pesquisadora da Coordenação de Folclore e Cultura Popular/Funarte - tem também a seu favor ter pertencido aos quadros do MHN. Tal experiência indica as possibilidades analíticas que instituições dessa natureza - às vezes verdadeiros "metamuseus" - oferecem àqueles que sabem transformar seu cotidiano e sua familiaridade em matéria para (auto-)reflexão, despindo-se de pré-conceitos, da adesão fácil a uma realidade primeira e a estudos mais corriqueiros.

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