São histórias de amor. São histórias, fragmentos, de vidas que se
envolveram com este sentimento em variadas manifestações e eventos. Mas
aqui encontramos esses flagras da realidade de forma tão singela,
arduamente realista, mas com picos de extremo romantismo que atenuam e
preenchem de doçura as linhas traçadas por este contador de histórias.
Observa-se na escrita de Caio Fernando Abreu uma despreocupação com
elementos estéticos construídos com cautela para amenizar e empompar as
cenas. . . Mais do que isso, uma tendência quase casual para um
naturalismo resgatado, uma admiração pela patologia do comum, do
não-enriquecido, como o mais puro e verdadeiro modo de expressar os
enredos... É uma escrita forrada de paixão e de um contato próximo com a
essência desejante do indivíduo. O conflito do estar desejando, o não
-conflito ou a leveza de sonhar, a volúpia do prazer carnal, a culpa ou a
naturalidade quanto aos conflitos da sexualidade, porém a certeza de
ter o sentimento do amor presente, em suas diferentes etapas, seus fins e
meios, seus certos e errados. É um livro de contos entrelaçados por
este comum sentimento: o amor. Alguns têm seu final feliz, outros nem
tanto ou talvez. . . Não importa. Importa aqui a intensidade, a força, a
pureza, a cumplicidade que aflora nos indivíduos pelo despertar dele em
suas vidas. Importa a forma como sentimos o momento presente, quando o
amor acontece. E ainda, importa saber construí-lo, cultivá-lo, vivê-lo e
preservá-lo.
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