Um olhar, ainda que seja parcial, sobre tudo o que está acontecendo, faz
descobrir um mundo que, inclusive por medo do fundamentalismo islâmico,
parece querer substituir toda tradição religiosa por uma ética laica
fundada nos direitos humanos, concebidos como negociáveis ou
modificáveis. É uma ética que tende a se configurar como religião, que
compreende e supera todas as demais, e que deveria garantir o progresso
universal e a convivência pacífica de qualquer forma de diversidade. No
entanto, a própria recusa em mencionar as raízes cristãs do Velho
Continente na Constituição Européia é um sintoma inquietante de uma
situação muito generalizada sobre a condição dos direitos humanos, esses
mesmos direitos aos quais todas as organizações internacionais fazem
referência, mas que, ao longo dos anos, foram perdendo sua
característica originária de código ético e também o seu vínculo com a
Revelação judaico-cristã. Pouco a pouco os direitos humanos se
converteram na base ideológica de um relativismo totalitário que busca
eliminar toda e qualquer referência a um direito natural. Ergue-se,
assim, uma espécie de religião laica, sem um fundamento superior ao qual
se possa recorrer em caso de conflitos. Insinua-se como fundamentada em
si mesma para estabelecer as normas de organização de uma nova
consciência coletiva que, carente de valores sólidos, é sempre
modificada conforme as oportunidades e conveniências.
Baixe o arquivo no formato epub aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário