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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

José Graziano Da Silva - O Que É Questão Agrária
















O debate sobre o que se convencionou chamar "A Questão Agrária no Brasil" vem se intensificando nas últimas décadas. Não é, entretanto, a primeira vez que esse tema é discutido entre nós. Na verdade, essa polêmica já polarizou grande parte dos debates também em outras épocas da vida nacional. Na década de trinta, por exemplo, essa discussão girava em torno da crise do café e da grande depressão iniciada com a quebra da Bolsa de Nova lorque em 1929. Já no final dos anos cinqüenta e início dos anos sessenta, a discussão sobre a questão agrária fazia parte da polêmica sobre os rumos que deveria seguir a Industrialização brasileira. Argumentava-se então que a agricultura brasileira - devido ao seu atraso - seria um empecilho ao desenvolvimento econômico, entendido como sinônimo da industrialização do país. Esse diagnóstico vinha reforçado pela crise da economia brasileira, particularmente no período de 1961/67.  Depois de 1967, até 1973, o país entrou numa fase de crescimento acelerado da economia. Nesse período, que ficou conhecido como o do “milagre brasileiro”, pouco se falou da questão agrária.  Em parte porque a repressão política não deixava falar de quase nada. Mas em parte também porque muitos achavam que a questão agrária tinha sido resolvida com o aumento da produção agrícola ocorrido no período do milagre.  Embora todos reconhecem que esse aumento vinha beneficiando os então  chamados “!produtos de exportação” (como o café, a soja, etc.), em detrimento dos chamados “produtos alimentícios” (como o feijão, o arroz, etc.), contra-argumentavam alguns que isso era um desajuste passageiro que logo se normalizaria.  Outros diziam ainda que não haveria problema se pudéssemos continuar exportando soja – que era mais lucrativa – e, com os recursos obtidos, comprar o feijão de que necessitávamos. Mas o “milagre” acabou.  Passada a euforia inicial, muitos começaram a se dar conta de que os frutos do crescimento acelerado do período 1967/73 tinham beneficiado apenas uma minoria privilegiada.  E, entre os que tinham sido penalizados, estavam os trabalhadores em geral, e, de modo particular, os trabalhadores rurais.

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