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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

José Renato Vieira Martins - Chile














Desde o final do século XIX o pensamento social latino-americano se deu conta de que para compreender a América Latina é preciso entender o Chile. A contragosto das elites nativas, que sempre tiveram os olhos voltados para a Europa e os Estados Unidos, os destinos do povo chileno e latino-americano encontram-se unidos e, de certa forma, espelhados. O passado do Chile tem algo a dizer sobre o futuro da América Latina, por isso é preciso estar atento ao que acontece neste pequeno país sul-americano. É assim, pelo menos, desde a Guerra Civil de 1891, quando um largo período de meio século de estabilidade política foi interrompido por um banho de sangue que custou a vida de milhares de chilenos e levou ao suicídio o presidente José Manuel Balmaceda (1886–1891). O episódio abalou e repercutiu em toda região, a começar pela recém proclamada, e também convulsionada, República brasileira. Para os conservadores daqui, era preciso evitar a importação das ideias progressistas de lá. Na segunda metade do século XX, a via chilena ao socialismo causou uma repercussão ainda maior. Na verdade, este experimento único do progressismo latino-americano alimentou a utopia das esquerdas no mundo todo. A ideia de transição pacífica ao socialismo – inédita tentativa de superar o capitalismo preservando o Estado de Direito e a Democracia – expôs as contradições entre a Revolução chilena e a ordem Liberal, consagrada na Constituição de 1925. As divergências das esquerdas, divididas entre os partidários da luta armada e os defensores da via institucional, se exacerbaram como nunca. Integrado pelo Partido Socialista e o Partido Comunista, além de outras correntes políticas da esquerda socialista e cristã, o governo da Unidade Popular, sob o comando de Salvador Allende Gossens (1970–1973), levou adiante um programa de mudanças revolucionárias contra os monopólios, as oligarquias e o imperialismo. As medidas adotadas – expropriação de fábricas, nacionalização dos recursos naturais e Reforma Agrária – repercutiram dentro e fora do país, causando a previsível reação das classes dominantes e alimentando o ódio dos setores conservadores.

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