Este livro, como muitos outros, originou-se da organização de dois seminários de pesquisa realizados na PUC de Porto Alegre, que tiveram como eixo comum os estudos ibero-americanos. Um tipo de atividade bastante frequente nos programas de pós-graduação brasileiros e também bastante frutífero, já que, aliando ensino e pesquisa, permite o contato entre graduandos, pós-graduandos, professores estrangeiros e professores nacionais de várias partes do país. Portanto, é uma estratégia que deve permanecer sendo experimentada por muito tempo e com muito proveito. Um dos resultados esperados de tais seminários costuma ser a produção de um livro que reúna um conjunto de trabalhos neles apresentados e debatidos. Nesse aspecto, este livro é como vários outros resultantes dessa rica dinâmica. Contudo, ele se diferencia de quase todos eles, ao se propor não tanto a reunir textos, mas a reorganizá-los segundo uma nova perspectiva, ela mesma produto das discussões dos seminários. Esse fato explica, a meu ver, sua estrutura bem-acabada e suas diversas contribuições, assentadas, basicamente, em um forte convite a novas reflexões. O tema do nacionalismo é a grande marca de todos os capítulos, que se dedicam à política e às relações internacionais na história de três países: Brasil, Portugal e, em menor escala, a Itália. Essa questão clássica aparece, em boa parte desses capítulos, associada a outra, não menos instigante: a da experiência autoritária, absolutamente incontornável nesses três casos de Estados nacionais. Assim, o leitor poderá conhecer dimensões do nacionalismo português e do brasileiro, em diferentes temporalidades, além de se beneficiar de um capítulo que analisa o fascismo italiano pela via de sua política de expansão colonial. Em todos os trabalhos é possível encontrar um esforço de reflexão teórica, que se explicita nos dois capítulos iniciais do livro, dedicados, respectivamente, às categorias de nação e nacionalismo e ao conceito de fronteira, cujo(s) significado(s) é/são retomado(s) para realizar a conexão entre a política e as relações internacionais. Dessa forma, acredito que o livro renova, para o leitor, o tratamento de temas que são muito visitados, justamente por serem sempre desafiadores, sobretudo, nos estudos ibero-americanos.
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