Tem-se comparado o Brasil
de hoje à Colômbia. No entanto, lá as duas partes em conflito negociam. Aqui, não se aventa
a possibilidade de ouvir a versão
do outro lado em busca de um
pacto. Mais uma vez, a literatura
presta um serviço, apontando os
erros a serem corrigidos. William da Silva Lima foi preso
pela primeira vez em 1959, aos 17
anos, conduzido ao Recolhimento Provisório de Menores por suspeita de furto. Em 1961, foi condenado por roubo no Rio e cumpriu
pena em Bangu e no Lemos de
Brito. Considerado um dos fundadores do Comando Vermelho,
ele reedita "Quatrocentos contra
Um", alardeando um retrato desanimador: de 1960 para cá, nada
mudou nos presídios brasileiros.
1 - Na chegada, é praxe os presos
serem obrigados a passar por um
corredor polonês, em que são espancados pelos homens da lei.
2 - Quando os presos se organizam e criam uma liderança política nos presídios, ela é reprimida e
seus membros, transferidos.
3 - Muitos presos com penas vencidas apodrecem nas cadeias.
4 - Não há nos presídios postos do
Ministério Público para acompanhar os processos.
5 - Carcereiros facilitam fugas
também para derrubar diretorias
e autoridades "liberais". Apesar de fugas e solturas, Lima, 59, casado, quatro filhos, sem
profissão definida, continua preso (em Bangu 3, presídio de segurança máxima). Ele já "viveu" em
19 presídios, inclusive no da Ilha
Grande, onde se plantou a semente da organização criminal.
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