Até que ponto as instituições contemporâneas, que deveriam ser geradoras
de saúde, são o principal obstáculo a ela ? Como nossa saúde, autonomia
e vida deixaram de nos pertencer, tornando-se reféns da “empresa
médica”? Essa “contra-produtividade paradoxal”, associada à perda de
direitos individuais, foi caracterizada de forma inovadora, em 1975 por Ivan Illich em A Expropriação da Saúde - Nêmesis da Medicina.
Uma denúncia fundamentada por aproximadamente 300 citações científicas
nos rodapés do livro, das consequências da hipertrofia da medicina, que
resulta em três níveis de iatrogênese (doença causada pelo médico):
clínica, social, estrutural. Questionador, Illich põe em dúvida os méritos dos
avanços da medicina ao afirmar que a morbidade não foi alterada mais
pelos médicos atuais, do que pelos sacerdotes e exorcistas. Independente
da ação profissional e dos cuidados médicos, 88 epidemias continuam
indo e vindo, diarréia e infecções de vias aéreas superiores ainda são
as principais causas de mortalidade nos países pobres. Os indicadores
favoráveis de morbi-mortalidade devem-se a fatores não médicos, como
melhorias na qualidade de vida, alimentação, habitação, saneamento,
trabalho, coesão social, cultura, etc.
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