Esta pesquisa tem por objetivo (1) discutir a identidade discursiva de um professor de História em relação aos discursos hegemônicos presentes na educação e (2) refletir criticamente, por intermédio das sessões reflexivas, sobre as possibilidades de construção de espaços de discussão crítica em sala de aula no sentido de repensar, problematizar e constestar as atuais correntes hegemônicas inseridas no campo educacional. O presente estudo foi desenvolvido dentro de uma perspectiva crítica e sócio-histórica da linguagem e da educação (Freire, 1987; Vygotsky, 2001; Pennycook, 2001; Rajagopalan, 2003). Busca-se, dessa forma, a formação de agentes críticos/reflexivos em condições de transformar os seus contextos de prática através da construção de uma linguagem auto-afirmativa e contra-hegemônica. Este estudo foi conduzido em uma escola pública estadual situada na zona leste da cidade de São Paulo e contou com a participação de um professor da disciplina de História que leciona nesta instituição. Foram gravadas quatro aulas e duas sessões reflexivas com o participante da pesquisa. Os dados foram analisados com base nos conteúdos temáticos (Bronckart, 1999) e nos turnos conversacionais e tipos de perguntas (Marcuschi, 2001). Os resultados obtidos sugerem que a criação de espaços de reflexão crítica em sala de aula podem se constituir como importantes instrumentos para a transformação do status qüo dominante na medida em que os sujeitos envolvidos, gradativamente, vão se reconhecendo enquanto agentes sócio-históricos responsáveis na criação e reconstrução do mundo e das suas vidas a partir da construção de uma linguagem de resistência.
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