Infoproletários evidencia a associação oculta entre o uso de novas tecnologias e a
imposição de condições de trabalho do século XIX em um dos setores
considerados como mais dinâmicos da economia moderna, o informacional.
Ao contrário do que é prometido pelos entusiastas deste novo segmento,
os trabalhadores vivenciam uma tendência crescente de alienação do
trabalho em escala global. A obra reúne uma série de ensaios que
esquadrinham diferentes aspectos da rotina e do modo de vida daqueles
que, apesar de frequentemente arruinarem suas vozes ao transformá-las em
poderosos instrumentos de acumulação de capital, raramente são ouvidos. A
classe trabalhadora é retratada neste livro em duas representações
polarizadas. De um lado, aparecem os operadores de telemarketing.
Globalizados em sua relação social, totalizados em sua subordinação,
monitorados em cada um de seus movimentos, punidos por cada infração às
regras, resumem e simbolizam os novos trabalhadores atrelados ao
resplandecente, porém inatingível, mundo do consumo. Sua imaginação é
totalmente circunscrita e dirigida pelo capitalismo. Já em outro
extremo estão os aristocratas do cibertrabalho, os programadores de
software, gabando-se e desfrutando de sua autonomia enquanto se movem em
espiral pelo espaço e pelo tempo. Eles não são menos prisioneiros da
própria individualidade, intoxicados por seu ilusório empreendedorismo.
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