Uma profusão de imagens cada vez mais toma conta de nosso cotidiano.
Todo dia um novo gadget é lançado e apresentado pelo mercado como a
última novidade que precisamos ter para viver melhor, nos socializar
mais diretamente e fechar negócios de maneira mais ágil. Esses aparatos
individualizantes, porém, atrofiam mais ainda nossa realidade. É por
meio do consumo de mercadorias que buscamos preencher o vazio do mundo
desencantado e as experiências individuais são prontamente codificadas
como algo externo a nós, sempre mediadas por algum tipo de tela ou visor
que carregamos em nossos bolsos. Estamos, porém, vivendo um dos auges
de um processo cujas origens podem ser traçadas há mais de quinhentos
anos atrás. Desde o século XVI o modo de produção capitalista foi sendo
implementado na sociedade ocidental e culminou na industrialização
intensiva no século XIX, processo este liderado pela burguesia. No plano
filosófico essas transformações foram acompanhadas do que passou a ser
chamado de Iluminismo e as noções de igualdade entre os homens, que está
na base da burguesia enquanto classe revolucionária, culminaram nas
grandes transformações pelas quais passaram as instituições políticas e
deram origem aos fundamentos da democracia representativa como a
conhecemos hoje. Da mesma maneira a busca pelo conhecimento científico
apontava para um mundo de felicidades terrenas. A transformação social,
porém, foi freada no ponto em que a burguesia ainda poderia manter seu
controle econômico e político sobre a sociedade e as promessas de
igualdade ficaram apenas no plano das ideias e as condições materiais da
população só pioraram desde então.
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