Esta obra analisa com profundidade o trabalho do florentino
Sandro Botticelli (aproximadamente 1445-1510), um dos mais conhecidos
representantes da arte renascentista, autor de afrescos que decoram a
Capela Sistina e de ícones da pintura ocidental, como O Nascimento de
Vênus e A Primavera. Aqui, Débora Barbam Mendonça toma como ponto de partida a comparação do
estudo Clássico e Anticlássico, de Giulio Carlo Argan, sobre a pintura
do florentino, com obras de outros teóricos e historiadores. O objetivo é
estudar o conceito de "graça" na pintura de Boticelli e confrontá-lo
com os pressupostos teóricos da produção do artista. A autora discute a interpretação de especialistas sobre o Renascimento
como período histórico, filosófico e artístico, discorre sobre o legado
teórico da pintura humanista e busca o "ideal de belo" intrínseco à obra
de Boticelli. No terceiro capítulo, Mendonça analisa detalhadamente a pintura A
Virgem do magnificat como referência para situar Boticelli como artista
intelectual do Renascimento e destacar na obra sua ideia de graça. A filósofa conclui que Boticelli seguia uma linha teórica, mas a partir
de uma escolha individual, ou seja, desenvolvia uma "estética
psicológica". E, por meio dos elementos formais de que dispunha,
transmitia em suas obras o conceito de graça, transpondo ao mesmo tempo o
resultado do diálogo que mantinha com a Filosofia, a ciência, a
religião e, nostalgicamente, com a Antiguidade.
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