Este livro resgata o processo de elaboração, percurso e
desenvolvimento da Campanha Nacional de Educação Rural (CNER), criada em
1952 e extinta em 1963, no contexto histórico que a ensejou, articulada
às ideias hegemônicas do período, determinantes da ação do Estado e de
setores da sociedade civil. Movimentos de organizações internacionais e a
política nacional pela expansão do desenvolvimento econômico e
modernização rural, aliam a educação a essas finalidades. A Campanha
adota orientações pedagógicas da Educação de Base e do Desenvolvimento
de Comunidade, pressupostos do funcionalismo e do neotomismo, com
respaldo da Igreja Católica. Conhecimentos teóricos e técnicos
pretendiam ofertar vida compatível com a dignidade humana e com os
ideais democráticos para a cidadania. A pesquisa investiga os processos
de conquista da cidadania, na perspectiva da contradição, ao explicitar
avanços e retrocessos na relação educativa do programa. A análise
considerou o conjunto de fontes documentais produzidas para e pela
Campanha, como periódicos e acervo iconográfico, localizados em
bibliotecas e arquivos. As categorias de análises contemplam temas
emergentes para atender às demandas do campo, como: educação, habitação,
saúde, lazer e promoção da educação política, para educação dos
costumes, para além da alfabetização. O desenvolvimento da cidadania e
da democracia pretendidas fundou-se em situações educativas pontuais e
na resolução de conflitos sociais mais voltados para os indivíduos e os
grupos, e menos como processos decorrentes do interior das práticas
sociais. Contudo, a política foi relevante naquele contexto, pois, se
não fosse a nossa cultura de descontinuidades e articulação das
políticas sociais, as condições de vida e trabalho no campo poderiam ser
outras.
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