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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Neila Cristina Baldi - O Que Há Do Lado De Lá? Cartas De Um Dueto Da Educação Somática Com O Balé Clássico














Este estudo investiga e avalia o uso de procedimentos somáticos no ensino do balé clássico, tendo como campo de atuação o Curso de Licenciatura em Dança da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Trata-se de um estudo de caso da disciplina Técnica de Corpo II – Introdução à Dança Clássica, ministrada no primeiro semestre de 2014 na Uesb, tendo como abordagem metodológica a cartografia, com inserções da pesquisa somático-performativa e da pesquisa (auto) biográfica. A dissertação foi escrita em formato de cartas e traz as narrativas das alunas que vivenciaram esta disciplina. Busca-se, com a pesquisa, registrar o processo de ensino-aprendizagem desta técnica de dança, por meio da educação somática, elencando como ele se dá e como interfere na constituição deste futuro profissional de dança. O estudo foi sustentado por teorias da dança, educação somática e (auto) biografia. Informações necessárias à análise vieram de diversos instrumentos de coleta: questionários, diários de bordo das alunas, reflexões e inventário pessoal. Neste estudo é discutido, inicialmente, como são tradicionalmente as aulas de balé clássicos, calcadas por uma visão mecanicista de corpo e dual – de separação corpo-mente. Apresentam-se as problemáticas desta concepção de corpo e suas origens, além da perspectiva de outra concepção, não cartesiana. São elencadas, então, as características de uma nova perspectiva para o corpo, a partir do soma, e como esta mudança afetou a dança. Discutem-se, desta forma, as contribuições que a educação somática trouxe à dança e como a mesma pode ser pensada como proposta pedagógica. Por fim, expõe-se o emprego de pressupostos somáticos, a partir de Rudolf Laban e Marie-Madeleine Béziers (Método da Coordenação Motora), em aulas de balé clássico. São discutidos, a partir disso, os resultados do uso da educação somática no balé clássico. A pesquisa revela que a educação somática pode facilitar a aprendizagem do balé clássico, bem como torná-la mais significativa. Do mesmo modo, conclui-se que os pressupostos somáticos aplicados ao balé clássico podem ser utilizados em outras técnicas de dança e, além de favorecer a autonomia do sujeito frente à construção do seu conhecimento em dança no/pelo corpo, auxiliam na mudança de percepção corporal e de visão de mundo.

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