Há 30 anos, na madrugada de 3 de dezembro, 45
toneladas de gases tóxicos vazaram de uma fábrica da empresa americana de
pesticidas Union Carbide, na cidade de Bhopal, na Índia, matando cerca de 30
mil pessoas e ferindo outras 500 mil. Há pouco mais de 50 anos, a obra Primavera
Silenciosa, escrita pela bióloga Rachel Carson, expôs os danos ambientais
do uso indiscriminado de pesticidas, em especial o DDT.
Esses são alguns dos fatos que estão no nascedouro
do ambientalismo no mundo. O nascimento de crianças sem cérebro em Cubatão, na
década de 1980, é um marco que turbinou o movimento no Brasil. Sem deixar de reconhecer os enormes benefícios que
a química trouxe para a humanidade, uma série de substâncias usadas empregadas
em tudo o que consumimos – da comida ao ar, da roupa aos produtos domésticos e
utensílios eletrônicos – é alvo de questionamentos até os dias de hoje, sobre
sua segurança e impactos na saúde humana e no meio ambiente. Mas a indústria química que é tantas vezes
associada a danos tem protagonizado inovações rumo a um “esverdeamento”, com o
uso de processos e elementos amigáveis e renováveis. Há uma conscientização
crescente de que precisa aproximar-se cada vez mais de processos biológicos e
das suas origens naturais, seja para evitar perdas reputacionais, seja para
aproveitar oportunidades de mercado. A alquimia desejava transmutar materiais em ouro, o
que foi interpretado como a busca da sabedoria. Na era contemporânea, a química
que estiver a serviço do bem-estar, em respeito à vida, é ouro puro.
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