“Eu tinha cinquenta anos e há quatro não ia pra cama com nenhuma
mulher.” Este é Henry Chinaski, Hank, escritor, alcoólatra, amante de
música clássica, alter ego de Charles Bukowski e protagonista de
Mulheres. Mas este não é um livro convencional – nem poderia ser, em se
tratando de Bukowski – no qual um homem está à procura de seu verdadeiro
amor. Após um período de jejum sexual, sem desejar mulher alguma, Hank conhece
Lydia – e April, Lilly, Dee Dee, Mindy, Hilda, Cassie, Sara, Valerie,
não importa o nome que ela tenha. Hank entra na vida dessas mulheres,
bagunça suas almas, rompe corações, as enlouquece, as faz sofrer. E no
fim elas ainda o consideram um bom sujeito. Publicado em 1978, Mulheres,
o terceiro romance de Bukowski, é a essência de sua literatura: com o
velho Chinaski, ele sintetiza a alma de todos aqueles que se sentem à
margem. Escrevendo em prosa, Bukowski poetisa a dureza da vida e nos dá
uma pista: “ficção é a vida melhorada”.
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