Minhas pesquisas atuais passam pela busca de formatos que possibilitem a experimentação com tudo aquilo que opera na interseção entre as redes digitais livres e a vida cotidiana. Também me interessam possibilidades baseadas na expansão da ideia de inovação. Geralmente a inovação é associada a intenções meramente instrumentais, formas de criar oportunidades de exploração comercial. Entretanto, existe um potencial gigantesco de estimular o desenvolvimento da inovação também como motor de transformação social, a partir do diálogo entre o campo dos commons - a produção aberta e em rede - e o que se poderia chamar de pós-digital - internet das coisas, computação física, fabricação doméstica, mídia locativa e afins. Existe ainda outra linha que se cruza com esses referenciais: a incorporação e valorização de traços culturais presentes nas culturas brasileiras - a gambiarra como criatividade do dia a dia e o mutirão como sociabilidade dinâmica e orientada à mudança. Minha busca atual é costurar todas essas coisas em propostas concretas. Este livrinho é uma coletânea de artigos que escrevi recentemente e que navegam por alguns desses temas. “Cyberpunk de chinelos” é o mais antigo, de setembro de 2009, e marca o começo dessa tentativa de relacionar áreas que até então caminhavam em paralelo. “Caminhos Brasileiros para uma Cultura Digital Experimental” é de junho de 2010, quando começávamos a explorar as bases da plataforma Rede//Labs. “MetaReciclando as Cidades Digitais” foi escrito em agosto de 2010, depois que eu fui convidado a falar sobre MetaReciclagem num debate em Araraquara. O artigo em duas partes “Inovação e Tecnologias Livres” foi publicado em janeiro de 2011, em plena virada de década e de mandatos governamentais. Dois meses depois eu publiquei “Laboratórios Experimentais: interface rede-rua”, ainda tentando construir pontes entre a reflexão sobre laboratórios e o que estou começando a articular em Ubatuba com o Ubalab. Isso também inspirou o artigo final, “Cidades digitais, a gramática do controle e os protocolos livres”, publicado em abril. Nenhum desses textos é inédito, mas acredito que faça sentido publicá-los juntos.
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