Através desta tese, objetivamos identificar a presença e demonstrar a
relevância do mito de Penélope na Literatura Brasileira por meio da obra
de duas autoras que, metonimicamente, representam o imaginário
penelopiano da sociedade nacional do século XX, analisando-o
comparativamente com o mito homônimo existente na Odisséia, de Homero.
Outra meta é desnudar o modus operandi pelo qual se efetua a
reatualização mítica por parte das autoras na criação de seus universos
textuais. Assim sendo, selecionamos o romance Uma aprendizagem ou O
livro dos prazeres e o conto “Os obedientes”, de Clarice Lispector, além
de A doce canção de Caetana e “Colheita”, de Nélida Piñon, para
realizar o confronto. Na primeira parte desta análise, contemplamos o
mito de Penélope no seu nascedouro literário e, no intento de melhor
situar o leitor, fragmentamos sua ação a partir dos principais mitemas
compositivos, quais sejam: a espera, a tecedura e o engodo, seguidos da
devida contextualização espaçotemporal. Na segunda parte, os mesmos
mitemas são enfocados nas obras de Lispector, no primeiro capítulo, e de
Piñon, no segundo, com o intuito de revelar a manutenção e/ou subversão
do desempenho mítico, situando-os na contemporaneidade. Consideramos
várias contribuições teóricas relacionadas ao estudo do mito de
Penélope, além das relações sociais e interculturais que envolve a
respeito do sujeito feminino na história, permeado de significações
(re)veladas pela estética. Entre esses subsídios, constam, em especial,
os traçados teóricos de Gilbert Durand e de Gérard Genette, auxiliados
pelos de Hannah Arendt, Aristóteles, Mikhail Bakhtin, Alfredo Bosi,
Junito Brandão, Peter Burke, Antonio Candido, Jean Chevalier e Alain
Gheerbrant, Mircea Eliade, Felix Guattari, Carl Gustav Jung, Platão,
Raymond Trousson, Jean-Pierre Vernant e Nízia Villaça, bem como as dos
demais pesquisadores constantes da bibliografia.
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