"A Primeira Epístola aos Coríntios… Relia-a à luz de uma vela subitamente antiquíssima, E um grande mar de emoção ouvia-se dentro de mim…" E Fernando Pessoa termina: "Meu Deus, e eu que não tenho caridade!»"Séculos atrás, meditara Camões o salmo 136, marcado pelo exílio: "Junto dos rios de Babilónia, ali nos sentámos e pusemos a chorar, / lembrando-nos de Sião." E Camões escreveu para a eternidade: "Sôbolos rios que vão / Por Babilónia, me achei, / Onde sentado chorei / as lembranças de Sião." O seu exílio não era só dele ou do seu povo. Era o exílio essencial de todos nós — um exílio por dentro. Para aquém e para além do teatro neo-clássico e dos grandes exegetas portugueses (entre eles o dominicano Frei Luís Sotomaior, nos seus comentários ao Cântico dos Cânticos), vemos o grande rio da nossa literatura, até ao séc. XIX, a prolongar-se depois no hic et nunc da vida portuguesa. E sentimos a Bíblia nas suas entranhas, mesmo quando a não enxergamos à tona da água.
Baixe o arquivo no formato PDF aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário