Quase seis anos após a publicação de Cine privê, um dos melhores contistas brasileiros da atualidade presenteia o leitor com este marcante Jeito de matar lagartas.
Ao narrar histórias do cotidiano aparentemente banais, como uma
brincadeira de criança, a venda de um imóvel ou o reencontro de um jovem
estudante com a antiga professora, o autor toca em questões
fundamentais como o envelhecimento, o sexo (ou a ausência dele) e a
solidão. Se em seu livro anterior os protagonistas passam muitas vezes
por situações extremas e respondem à altura às vicissitudes da vida, em
sua nova obra as personagens são ao mesmo tempo resignadas e inquietas, o
que torna o resultado ainda mais surpreendente. Para o poeta e tradutor Paulo Henriques Britto, “a escrita de Antonio
Carlos Viana, que acaba de completar quarenta anos de carreira
literária, caracteriza-se desde o início pela concisão, uma recusa a
qualquer forma de sentimentalismo, sem que isso implique indiferença ou
cinismo. O distanciamento do narrador, mesmo quando (como frequentemente
ocorre) a história é contada na primeira pessoa, visa acima de tudo
garantir a precisão vocabular, a limpidez da sintaxe, e tem o efeito de
acentuar a verossimilhança do narrado, até quando a ficcionalidade é
evidente.” Ao final da leitura destas narrativas o leitor possivelmente chegará à
mesma conclusão que um de seus protagonistas: o mundo se divide “entre
os de coração aflito e os de maldade extrema”.
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