Primeiro livro da literatura ocidental, a Ilíada parece se
tratar, pelo título, apenas de um breve incidente ocorrido no cerco dos
gregos à cidade troiana de Ílion, a crônica de aproximadamente cinquenta
dias de uma guerra que durou dez anos. No entanto, graças à maestria de
seu autor, essa janela no tempo se abre para paisagens vastíssimas,
repletas de personagens e eventos que ficariam marcados para sempre no
imaginário ocidental. É nesse épico homérico que surgem figuras como
Páris, Helena, Heitor, Ulisses, Aquiles e Agamêmnon, e em seus versos
somos transportados diretamente para a intimidade dos deuses, com suas
relações familiares complexas e às vezes cômicas. Mas, acima de tudo, a Ilíada é a narrativa da tragédia de
Aquiles. Irritado com Agamêmnon, líder da coalizão grega, por seus
mandos na guerra, o célebre semideus se retira da batalha, e os troianos
passam a impor grandes derrotas aos gregos. Inconformado com a
reviravolta, seu escudeiro Pátroclo volta ao combate e acaba morto por
Heitor. Cegado pelo ódio, Aquiles retorna à carga sedento por vingança,
apesar de todas as previsões sinistras dos oráculos.
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