Afirmam os entendidos que os ossos fósseis recentemente encontrados
numa escavação feita em terras do município de Antares, na fronteira do
Brasil com a Argentina, pertenciam a um gliptodonte, animal
antediluviano, que, segundo as reconstituições gráficas da
Paleontologia, era uma espécie de tatu gigante dotado duma carapaça
inteiriça e fixa, mais ou menos do tamanho dum Volkswagen, afora o
formidável rabo à feição de tacape ricado de espigões pontiagudos.
Calcula-se que durante o Pleistoceno, isto é, há cerca de um milhão de
anos, não só gliptodontes como também megatérios habitavam essa região
diabásica da América do Sul, onde – só Deus sabe ao certo quando – veio a
formar-se o rio hoje conhecido pelo nome de Uruguai. Ignora-se,
todavia, em que época da Era Cenozóica surgiram naquela zona do Brasil
meridional os primeiros espécimes do Homo sapiens. Tudo nos leva a
crer, entretanto, que esse problema jamais tenha preocupado os
antarenses. O que até hoje ainda os deixa ocasionalmente irritados é o
fato de car-tógrafos, não só estrangeiros como também nacionais, n|o
mencionarem nunca em seus mapas a cidade de Antares, como se São Borja
fosse a única localidade digna de nota naquelas paragens do Alto
Uruguai. De pouco ou nada têm servido os memoriais assinados pelo
Prefeito Municipal, pelos membros da Câmara de Vereadores e por outras
pessoas gradas e repetidamente dirigidos ao Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, protestando contra a acintosa omissão. O Pe.
Gerôncio Albuquerque, quando ainda vigário da Matriz local, mais de uma
vez encaminhou, mas em vão, idêntica reclamação ao Instituto Histórico e
Geográfico do Rio Grande do Sul, do qual era membro correspondente.
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