A mente moderna vê-se forçada na direção do futuro pela sensação da
fadiga – não isenta de terror – com que contempla o passado. Ela é
propelida para o futuro. Para usar uma expressão popular, é arremessada
para meados da semana que vem. E a espora que a impulsiona avidamente
não é uma afeição genuína pela futuridade, pois a futuridade não existe,
pois que ainda é futura. É antes um medo do passado: um medo não só do
mal que há no passado, senão também do bem que há nele. O cérebro entra
em colapso ante a insuportável virtude da humanidade. Houve tantas fés
flamejantes que não podemos suportar houve heroísmos tão severos que não
somos capazes de imitar empregaram-se esforços tão grandes na
construção de edifícios monumentais ou na busca da glória militar que
nos parecem a um tempo sublimes e patéticos. O futuro é um refúgio onde
nos escondemos da competição feroz de nossos antepassados. São as
gerações passadas, não as futuras, que vêm bater à nossa porta.
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